2025/01/03

A Marcha dos 40

Não sei se é uma nostalgia, não sei se é uma sensação oca, o que sei é entramos na contagem decrescente para a marcha das alegorias. Ainda é tudo muito estranho...o ano começou agora e parece tão suspenso, suspenso de nada e cheio de tudo. De ecos que vagam na minha mente e consomem a vaga sensação que tenho de estar viva. A queda é livre, o para-quedas abriu, mas a sensação ficou suspensa no ar como um mistério, como uma sensação de estufa que nos embala mas permanece calada e fria. É estranho pensar que entramos na marcha final até ao ponto do circo. É mais estranho ainda pensando tudo o que está em jogo neste tempo até á marcha final das alegorias. É estranho pensar na solidão da alma e do coração, quando tenho mente quem enche o meu sorriso de fofura. Também por isso e acima de tudo por isso, as decisões que precisavam ser feitas, ainda que de forma apressada e sem jeito, foram feitas. Ainda que a lança cortasse o coração em pedaços, a promessa do futuro era mais forte que o consumo presente das sensações. É para um bem maior, para me voltar a encontrar, para descobrir o meu propósito e depois repousar, com a certeza que as feridas estão curadas, a carapaça está consertada e os pés estão inteiros e prontos para te apoiar e segurar quando precises ou sempre que queiras. É para ser digna de te representar que me encontro na marcha, sem medo mas cautelosa. porque a vida essa, não pára e os belos ainda não se veem daqui.

 

Ouvi, senti 
O corpo a carregar 
Seguimos assim
Um e outro, um e outro, um e outro
Sou queda livre 
Aviso quando lá chegar 
Entrego-me aqui
Pouco a pouco 

Passos largos, presa na partida
Quero largar o que me deixou ferida
Peço à estrela mãe que faça o dia 
Nascer de novo (Ainda arde!)

Transformei cada verso de mim
E entregue à coragem
Que ainda arde, ainda arde
Bate a luz no peito e abre
Sou chama que ainda arde
Ainda arde, ainda arde!

Hoje eu quero provar a mim mesma
Que posso ser o que eu quiser 
Juntar quem me quer bem numa mesa
Perdoar quem me quis ver sofrer
A mim não me enganam (Não! Não!) 
Eu sou todo o tamanho (Sou!)
Ainda lembro, quando era pequena
Eu sonhava primeiro 

Passos largos, presa na partida
Hoje eu largo aquilo que me deixou ferida
E peço à estrela mãe que faça o dia 
Nascer de novo 
(Ainda arde!)

Transformei cada verso de mim
E entregue à coragem
Que ainda arde, ainda arde
Bate a luz no peito e abre
Sou chama que ainda arde
Ainda arde, ainda arde!

Sou chama que ainda arde, ainda arde
Sou chama que ainda arde, ainda arde
Arde, arde… Transformei cada verso de mim
E entregue à coragem
Que ainda arde, ainda arde
Bate a luz no peito e abre
Sou chama que ainda arde
Ainda arde, ainda arde!
 Iolanda "Grito"

A Marcha dos 40

Não sei se é uma nostalgia, não sei se é uma sensação oca, o que sei é entramos na contagem decrescente para a marcha das alegorias. Ainda é...